Há um coleirinha no telhado
cantando como se fosse
o último do mundo
tão dolente é seu canto
parece que vai morrer.
Através da janela
vejo os carros
urrarem na avenida
as pessoas na calçada
não ouvem o pássaro
que não pára de cantar
só os cães acorrentados
atentam ao prenúncio.
Eu tiro uma foto dele
e o mantenho salvo para sempre.
Flávio Soares
2 comentários:
Muito obrigado pela visita e pela simpatia das palavras!
Cara, criticava meu avô por manter alguns pássaros presos.
Estranho, pois, depois da morte dele, fui um dos poucos que não queria que abrissem as gaiolas. Ele era muito introspectivo e, uma das poucas vezes que presenciam manifestações de amor vindo dele, era para seus pássaros. Se abrissem as gaiolas, pra mim, parecia que suas poucas manifestações de amor, bateriam as assas.
Valeu pelo texto, me fez viajar!
Postar um comentário