João Simplício era o bêbado do bairro
o que não teve sorte na vida
ou que foi estúpido demais.
Era assim que o consideravam.
Tudo para João Simplício era duplicado
tristeza, alegria,
solidão, goles de cachaça...
De um jeito ou de outro
ele era o bêbado do bairro
o bêbado da cidade
o bêbado do estado
o bêbado do Brasil
o que não teve sorte na vida
ou que foi estúpido demais.
Flávio Antunes Soares
quarta-feira, 4 de dezembro de 2013
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Passe livre
As bombas estão caindo.
O gigante corre pelas ruas
seu brado libertário
acende as vinte e sete estrelas.
"A praça é do povo
como o céu é do condor", dizia o poeta baiano.
Agora
as terras tupiniquins
são da massa.
Abram alas
que o gigante quer passar.
Flávio Antunes Soares
O gigante corre pelas ruas
seu brado libertário
acende as vinte e sete estrelas.
"A praça é do povo
como o céu é do condor", dizia o poeta baiano.
Agora
as terras tupiniquins
são da massa.
Abram alas
que o gigante quer passar.
Flávio Antunes Soares
quarta-feira, 8 de maio de 2013
Nós mesmos, nada mais
Não existem superes, amor,
tampouco deuses.
Mas não chores
ainda podemos nos sentar na varanda
e admirar o pôr-do-sol e o anoitecer
como se fossem
as únicas belezas da Terra.
Eu sei
que nossos heróis
eram pessoas comuns
como nós
e tão loucos
quanto nós.
No entanto,
eram heróis e isso nos basta
para nos manter sonhando.
Portanto, não te entristeças.
Façamos um brinde
a tudo que temos na vida:
Nós mesmos, nada mais...
Flávio Antunes Soares
tampouco deuses.
Mas não chores
ainda podemos nos sentar na varanda
e admirar o pôr-do-sol e o anoitecer
como se fossem
as únicas belezas da Terra.
Eu sei
que nossos heróis
eram pessoas comuns
como nós
e tão loucos
quanto nós.
No entanto,
eram heróis e isso nos basta
para nos manter sonhando.
Portanto, não te entristeças.
Façamos um brinde
a tudo que temos na vida:
Nós mesmos, nada mais...
Flávio Antunes Soares
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Lima Barreto, o sucessor de Machado de Assis
Foto: reprodução
Lima Barreto é, na opinião de muitos especialistas em literatura, um dos maiores escritores brasileiros. Pobre e mestiço, o autor de Triste fim de Policarpo Quaresma sofreu preconceito sua existência toda. Em meio a tantas adversidades, ele escreveu, com uma literariedade inquestionável, obras que relatavam as injustiças sociais. Alguns críticos de seu tempo o consideravam o sucessor de Machado de Assis.
Abaixo, alguns trechos de seu livro Triste fim de Policarpo Quaresma, que é tido como uma obra-prima da literatura brasileira:
- “Em vários tempos e lugares, a loucura foi considerada sagrada, e deve haver razão nisso no sentimento que se apodera de nós quando, ao vermos um louco desarrazoar, pensamos logo que já não é ele quem fala, é alguém, alguém que vê por ele, interpreta as coisas por ele, está atrás dele, invisível!…”;
- "Ninguém compreende o que quero, ninguém deseja penetrar e sentir; passo por doido, tolo, maníaco e a vida se vai fazendo inexoravelmente com a sua brutalidade e fealdade."
- "Não é só a morte que iguala a gente. O crime, a doença e a loucura também acabam com as diferenças que a gente inventa."
- "Esta vida é absurda e ilógica; eu já tenho medo de viver..."
Além desse livro, Lima Barreto também escreveu Os Bruzundangas e Recordações do escrivão Isaías Caminha, recomendáveis que se leia.
Flávio Antunes Soares
Flávio Antunes Soares
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