domingo, 13 de março de 2011

Elegia a Antônio III

Quando meu cão morreu
enterrei-o no quintal
Antônio compareceu
e enquanto eu jogava terra na cova
ele recitou um poema de sua autoria
cujo título era "Castelo de areia"
era muito tocante
falava da fragilidade de nossa existência.

Mais tarde, à mesa de um bar
Antônio me disse que a vida
é uma bomba
pronta para ser detonada
só não sabemos quando
a morte apertará o botão.

Então foi assim
num dia qualquer
Antônio explodiu
como dentes-de-leão ao vento.

Flávio Soares