Quem remirá a árvore
tão tristonha em suas folhas
condenada a cumprir prisão perpétua
em pleno ar livre.
Pobre vegetal
plantado por uma malevolente mão
neste jardim do mundo.
Coitada dela
sempre está ali
balançando seus galhos
atirando-os no chão
numa frustrada tentativa
de chamar a atenção
mas ninguém a percebe.
E todos os dias
o despreocupado e andarilho vento
passa rindo alegremente
caçoando da árvore
bulindo nela e balançando-a
e a melancólica e desprezada árvore
impossibilitada
apenas lança suas folhas no ar
com o intuito de que o vento as carregue
num esperançoso sonho de liberdade.
Flávio Soares
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