Um poeta se perdeu na paisagem
de um romance épico que lia
galopava pelos prados
ao som da natureza
pensava ser um cavaleiro
a serviço d'el rei.
Como numa bruxaria
as palavras o enfeitiçaram
folheava o livro
feito quem dedilha uma lira
e a história tornou-se seu calabouço.
Na torre do castelo havia uma princesa
de lábios intocados
a entoar cantigas medievais
tal qual o trovador apaixonado
num platonismo angustiante
o homem poetizava
a cada capítulo lido.
Ficava a virgem cantando ao vento
esperando por um príncipe
que nunca vinha
sua voz lamuriosa
hipnotizou o leitor enamorado
como um timbre de sereia.
De tanto esperar ficou demente
e seu canto tão melancólico
que o leitor se abateu.
Ela definhava
a vida dele minava em lágrimas
ela se atirou da torre
ele sentiu-a pular do livro.
Não havia mais páginas para virar
só a contracapa em branco
onde escreveu um poema
no qual morria ao lado dela.
Morre a donzela de tristeza
morre o poeta fundido à história.
Flávio Soares
Poema vencedor do V concurso de poesia realizado na Universidade do Grande ABC em novembro de 2008.
6 comentários:
um poemo mto bunito msm....
to cum post novo no meu
abraço
Realmente, um poema que merece o primeiro lugar.
Parabéns!!!
opaa post novo dinovo hahaha
Olá...linkei seu blog lá no meu tá? suas visitas serão bem-vindas sempre!!! ah,estou de olho e ansiosa pela parte 3 de seu conto....curiosa....
Rapaz essa moça pulando do livro ficou uma coisa! Parabéns, viu! Muito mais pelo poema do que pelo prêmio.
muito bom!
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